segunda-feira, 19 de outubro de 2009

blues etéreo




é no alvorecer
que no teu alvo roço
sem alvoroço
beijo-te a nuca e o pescoço
coisa que sei
e faço muito bem
ao som de tua voz
ainda rouca
beijo-te a boca
e o céu também
em comum acordo
sem deslizes
nem entremeios
beijo e suavemente mordo
ora teus ombros
ora teus seios
e longe de ser guerra
tampouco briga
destrono
o rei da tua barriga
com movimentos
curtos e pequenos
silenciosamente
conquisto o teu monte de vênus
e nesse ponto
do mundo não quero mais nada
se tenho de ti
minha sede saciada
arranco-te suspiros
gemidos-além
quando falo qualquer língua
a passeio pelas terras de ninguém
em pleno calor
com que te afago
dando inicio ao delicioso jogo
de nossos pecados
nunca pagos

reinventamos o fogo



13 comentários:

Marcelo Mayer disse...

reiventou o blues sem mexer numa dose de whiskey

Simplesmente Outono disse...

Lendo-te mais uma vez.
Espero de verdade e muito sinceramente que o Sr. Múcio Góes não seja algo que cause vício já que ler-te tem feito parte dos meus dias desde o primeiro acesso.
Deixo-te mais algumas folhas secas.

Simplesmente Outono disse...

Tentei não deixar o cheiro de folha caída, para quem sabe assim passar despercebida.
Acredito que tenha conseguido! ;)
Boa semana com algumas folhas secas por entre os dias...

Anônimo disse...

Denoto-me vestida do anonimato para que minha presença torne-se, menos evidente. Muitos "Simplesmentes" expostos é algo que me deixa um tanto quanto embaraçada.
O registro em meio às minhas folhas é no mínimo admirável, assim como tudo que leio por aqui.
Bom, foi dito!

Thales Capitani disse...

.

Passaram todas elas ligeiras e musicadas enquanto as lia, tanto neste como no anterior.
Eu, gostei, e você, ganhou um novo visitante.

Cynthia Lopes disse...

Quem disse que poesia não enche barriga? Estou plenamente saciada, fome e sede.
bjs,
Cynthia

Sandra Regina disse...

Moço!! Tão intenso... teu poema me deixa ainda mais escarlate! Desejo o teu desejo no mesmo fogo! Meu poetamado! Lindo e vibro ao ler-te...bjos

Simplesmente Outono disse...

Ocupado, calado ou sumido?
Independente de qual seja a resposta jamais deixei de estar por aqui, calada confesso.
Se puder, não desapareça. A estação, vos agradece.
Com carinho deixo-te minhas folhas.

Antonio Junior disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Antonio Junior disse...

Múcio,

1º. Você escreve muito bem. Gostei da gradação do poema, a forma como meneias o corpo, bem original.

2º. Fiz uma pergunta no orkut da Larissa, espero que responda.

3º. Como faço para comprar seu livro?

4º. Divulgo o meu livro de contos "Onde não existe chão" no http://clubedeautores.com.br. Detalhes no meu blog. Espero que goste!

Um forte abraço!
Antonio Junior

Alex Pinheiro disse...

Poesia feita de tesão,,, ofegante... Escreveste no tempo certo, como sempre!

Abraços e sensíveis invenções!

Anônimo disse...

Isso sim é sedução descrita em letras!

Bravo!!!

Anônimo disse...

Caraca, Mucio!!
Nem sei o que dizer!!!
Perfeito!!!
Sara Duarte
Salvador/Bahia