quarta-feira, 8 de outubro de 2008

a Deus


adeus às bulas
seringas
e suas agulhas
adeus
medicamentos
de uso tópico
corredores cinzentos
adeus anti-bióticos
adeus às madrugadas
de choros recém-nascidos
passos na escuridão
adeus
noite fria
chuva ao longe
e solidão
adeus sorrisos marfins
adeus bondades
gentilezas e afins
a Deus dona Fátima
adeus a tudo o que vai
e ao que não vai
fazer falta
adeus

hoje a saudade
recebeu alta


tempo de tempestade, julho passado. das águas que foram divididas, este poema é um sinalizador. ofereço às pessoas queridas que deixei no hospital D´Ávila – Recife, 07/08.


foto: marques tavares carlos.

10 comentários:

Tina disse...

Oi Múcio querido amigo!

É tão bom ler você. Espero sinceramente que esteja tudo bem. E continuo na torcida. Creia.

beijos meu amigo, fica bem.

Anônimo disse...

E graças que a alta recebeu.
Lembranças ficam, apenas...

lindo dia querido poeta
beijos meus

Carol disse...

Adoro passar por aqui.
Perfeito!

octavio roggiero neto disse...

no leito triste, a tez pálida,
vaza a areia na ampulheta;
findo o tempo da crisálida,
voa livre a borboleta.

"hoje a saudade recebeu alta"

como não amar este Múcio?

abraço, meu irmão!

Lua Durand disse...

Meu querido conterraneo.

Sempre com belos versos.

-

"hoje a saudade
recebeu alta."

-

passa pra um café, café de saudades de Manuel [bandeira].

cheiro.

Atriz disse...

Aaaahhh Múcio! eu amaria receber um poema desse! até melhoria,ou melhor, curaria!!!

beijo!

Rafael J. Albuquerque disse...

passei por acaso e vou "linká-lo" para passar por aqui mais vezes. muito bom o li aqui...

Camila de Magalhães disse...

oii
cheguei aqui por conta do rafael acima
gostei muito da sua poeticagem
vou lê-la mais vezes
lhe marquei
:*

H.Hora disse...

A Deuses são ditos sempre, é o gosto da saudade que nos faz voltar.

Belo, Belo, Belo.

Adoro tua escrita

Déa disse...

Meu poeta querido! Que bom saber que você não está mais na diálise e que tudo agora vai correndo tranquilamente. Um super beijo. parabéns, como sempre, pelas poesias. E vida o meu poeta!